6 de outubro de 2009

COPO SUJO





Em noites frias e sombrias
Encontro-me em bares do submundo;
À procura de meu bromazepam barato.
Minha mente sedenta de perturbações,
Angustias coisas inúteis, insanas e melancólicas.

O balcão está lotado, um empurra-empurra:
Bêbados e drogados disputam a atenção
Instantânea da garçonete, aquela vadia
Que cospe nos copos antes de lhe servir.
Gostosa a garçonete.

A essa hora da madruga ela já não me compreende,
Peço-lhe uma, duas, três, quatro vezes,
PORRA!!!

Só desejo uma dose, apenas uma única dose.
Mais alguns instantes e o copo aproxima-se,

Seboso, marcas de batons e cheiro de cigarros [baratos.
Paro, olho, tento relutar, mas a abstinência é mais forte, viro o copo, o conhaque
Queima garganta abaixo.

Já não sinto mais nada,
Apenas olho o fundo do copo sujo.

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